Astronomia, Ciência

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Bennu, o ‘asteroide da morte’ que a Nasa quer estudar

Léo Miranda

28 de janeiro de 2017

A Nasaa vai lançar em setembro uma sonda para estudar o asteroide Bennu Fonte: NASA
A Nasaa vai lançar em setembro uma sonda para estudar o asteroide Bennu
Fonte: NASA

Os cientistas o conhecem desde 1999 e temem que um dia ele possa se chocar contra a Terra.

Trata-se do asteroide Bennu, que a agência espacial dos Estados Unidos (Nasa) está disposta a estudar.

A agência vai lançar em setembro a sonda Osiris-Rex para coletar amostras da superfície do asteroide, explicou Dante Lauretta, professor da Universidade de Tucson, no Arizona e principal investigador da missão.

A Osiris-Rex irá procurar elementos orgânicos que podem ser de grande valor para a comunidade científica e para entendermos a composição e o comportamento de Bennu.

O asteroide causa expectativa porque existe uma pequena chance – 1 em 2,5 mil, segundo a Nasa – de que ele colida com o nosso planeta no século 22, por volta do ano 2135, quando sua aproximação com a Terra e a Lua pode alterar sua órbita. Ele foi, inclusive, batizado com o nome de uma ave mitológica egípcia que tem associações com a morte.

Alguns cientistas dizem que o corpo celeste poderia trazer “sofrimento e morte” para a Terra; mas há quem diga também que, mesmo que ele chegue de fato por aqui, não vai destruir o planeta.

A sonda Osiris-Rex talvez nos dê mais pistas sobre a rota do astroide, diz Lauretta.

Sonda enviada para asteroide chegará de volta à Terra em 2023. Fonte: NASA
Sonda enviada para asteroide chegará de volta à Terra em 2023.
Fonte: NASA

O processo

A sonda Osiris-Rex terá de sobreviver dois anos antes de chegar ao asteroide.

Os cientistas envolvidos na sua criação alegam que o aparelho não terá dificuldades em resistir à viagem espacial, por ser o primeiro dispositivo desse tipo construído sem partes móveis – o que reduz o risco de alguma peça ser deteriorada durante a viagem da missão.

Sonda enviada a asteroide vai estudar superfície de 'asteroide morte' Fonte: NASA
Sonda enviada a asteroide vai estudar superfície de ‘asteroide morte’
Fonte: NASA

“Nós a projetamos para ser robusta e capaz de durar um longo tempo no espaço”, explicou a Nasa.

Com a análise do espectro infravermelho, poderemos detectar aspectos únicos dos minerais e outros materiais encontrados no asteroide. Isso permitirá que os cientistas identifiquem a origem de materiais orgânicos, carbonatos e silicatos, e níveis de água absorvida na superfície de Bennu.

Um monstro em movimento

Bennu viaja em torno do Sol a uma velocidade de 101.389 km/h e pode ser visto a cada seis anos a partir da Terra.

Uma das finalidades mais importantes da missão da Nasa é determinar como a órbita de Bennu pode ser afetada pelo aquecimento ou esfriamento de sua superfície pela luz solar durante o dia.

O asteroide é aquecido pela luz solar, aumenta a sua temperatura e emite radiação térmica em diferentes sentidos durante seu movimento de rotação. Esse fenômeno é conhecido como Efeito de Yarkovsky, que com o tempo altera sua órbita.

Essa emissão térmica dá a Bennu um impulso pequeno porém constante, explica a Nasa – e isso muda a sua órbita ao longo do tempo. Segundo a agência espacial, estudar o asteroide ajudará os cientistas a compreender melhor não apenas o Efeito de Yarkovsky, mas também a melhorar as previsões relacionadas às órbitas de outros asteroides.

Cientistas da Nasa desenvolvem sonda que será enviada para asteroide Fonte: NASA
Cientistas da Nasa desenvolvem sonda que será enviada para asteroide
Fonte: NASA

Outros objetivos

O outro grande objetivo da missão é conseguir estudar, através de amostras coletadas, a origem do nosso Sistema Solar e da vida. Isso porque acredita-se que essas amostras sejam ricas em material carbônico e orgânico.

“Queremos ver o que Bennu testemunhou ao longo de sua evolução”, disse um cientista da Nasa em 2014, quando o estudo do asteroide já estava em curso na agência.

A sonda da Nasa vai chegar ao asteroide em 2018 e voltará com uma amostra da superfície de Bennu em 2023.

“Sempre vamos encontrar desafios que desconhecemos, mas depois desta missão podemos começar a planejar com antecedência para futuros riscos”, disse Amy Simon, diretora-assistente técnica da Ovirs.

Lançamento da sonda também poderá responder a questões sobre a origem do sistema solar Fonte: NASA
Lançamento da sonda também poderá responder a questões sobre a origem do sistema solar
Fonte: NASA

Fonte: BBC Brasil.com