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Urbanização e seus desdobramentos

Léo Miranda

9 de outubro de 2014

Fala, galera! Hoje começo a série o “Top 5 da Geografia no Enem”, irei comentar e tirar dúvidas sobre os assuntos que mais são abordados dentro da matriz de competências e habilidades do Enem. E para começar, vamos falar sobre a posição 5, a URBANIZAÇÃO e seus desdobramentos! Geo Top5 Quando falamos de urbanização estamos falando do processo de transferência de pessoas  do meio rural para a cidade (ou meio urbano). Não podemos, contudo, resumir a urbanização apenas ao êxodo rural, porque ela está diretamente ligada a outros desdobramentos. Vamos a algumas perguntas e respostas:

 1)    O que causa a urbanização?

As cidades historicamente foram centros da atividade comercial, espaços de contato entre diferentes culturas, e de intenso fluxo de pessoas. Porém, as revoluções industriais a partir do final do século XVIII literalmente as “transformaram” . Na primeira revolução industrial a vida urbana passa a girar em torno das fábricas instaladas nas cidades. Contudo,  as condições de vida eram péssimas, reflexo dos problemas sanitários, e a situação era pior nos bairros proletários (operários). Decorre daí outra marca da urbanização, a criação de espaços segregados, ou seja, a ocupação do espaço urbano direcionada pelo nível de riqueza e pelo valor da terra.

2)    Como foi intensificado o processo de urbanização brasileiro?

A intensificação da urbanização brasileira também está ligada aos desdobramentos do surto industrial vivido pelo país no início dos anos 1930. A medida que as indústrias eram instaladas nas cidades aumentava a demanda por mão-de-obra, o que consequentemente acarretou o crescimento da população urbana. Ao mesmo tempo, a industrialização iniciou o processo de mecanização das lavouras no campo, o que resultou em um crescimento do êxodo rural.  Esse processo foi acelerado no início dos anos 1970, com a chamada Revolução Verde, que implicou na “modernização agrícola”,  que introduziu novas tecnologias que dispensavam o uso de mão de obra em larga escala. Dessa forma, as cidades começaram a receber  fluxos cada vez mais intensos de pessoas vindas do campo. Em 1969,  51% da população brasileira já morava em cidades, contra 87% nos dias atuais.

3)    Quais foram as consequências diretas do rápido crescimento urbano?

O aumento do fluxo de pessoas vindas do campo foi direcionado para as grandes cidades brasileiras, que a medida que cresciam tornavam-se as metrópoles que nós conhecemos hoje, com mais de 1 milhão de habitantes, desenvolvido setor comercial e financeiro, além da melhor infraestrutura urbana quanto aos serviços. Ao contrário do que pensamos, a quantidade de metrópoles no Brasil não é grande, uma vez que a urbanização brasileira foi extremamente concentradora em termos espaciais e demográficos.

4)    Macrocefalia?

O crescimento urbano acelerado criou e agravou vários problemas urbanos. Quando falamos de macrocefalia, fazemos referência a “falência” (falia) da infraestrutura urbana, ou seja, a população urbana cresceu mais do que os investimentos na oferta de serviços que atendam a toda a população.

5)    Quem mais sofre?

Temos que lembrar que a terra e os imóveis tem preço. Ele é determinado principalmente pelos serviços ofertados e pela procura (ou demanda), ou seja, áreas centrais tendem a ser mais valorizadas por serem mais  disputadas por empresas, centros comerciais, etc. Nessas áreas o crescimento urbano é predominantemente vertical. Por que? Pelo alto valor da terra, é mais interessante construir prédios! A população mais pobre, por outro lado, acaba sendo deslocada para as periferias (crescimento horizontal), onde a oferta de serviços é precária, e o preço da terra acaba sendo reduzido.

6)    Segregação espacial?

Sim! O espaço urbano é dividido de acordo com critérios sociais!! Ou melhor dizendo, de acordo com a renda! Resultado? A ampla maioria da população das metrópoles brasileiras reside em áreas distantes das áreas centrais mais valorizadas, e se vê a margem do poder público. O deslocamento longo, somado com o elevado valor dos transportes aumenta consideravelmente o custo de vida nas metrópoles.

7)    Metrópoles, regra ou exceção? Exceção! Há uma falsa impressão que no Brasil predominam as metrópoles, o que não é verdade! Quase 80% das cidades brasileiras tem entre 100 e 500 mil habitantes. É possível concluir que o processo de urbanização brasileiro foi  extremamente concentrador.

8)    Mudanças à vista?

O aumento dos custos de vida nas metrópoles tem deslocado a população para os municípios da região metropolitana. No entanto, vários desses municípios funcionam apenas como cidades dormitório, pois boa parte do dia é gasta no trabalho nas metrópoles. Outra mudança em curso está relacionada ao crescimento das “cidades médias”, normalmente cidades distantes das metrópoles, com certa independência econômica em relação aos grandes centros, e principalmente com população até 500 mil habitantes.  Exemplos? Em Minas Gerais: Montes Claros, Sete Lagoas, Juiz de Fora, Uberlândia, Poços de Caldas. Essas cidades tem atraído cada vez mais pessoas, pelo baixo custo de vida, e também pelo crescimento da demanda por mão de obra, visto que elas tem recebido também indústrias, empresas de tecnologia, etc, que buscam reduzir custos migrando para localidades afastadas dos grandes centros. Gostou? Compartilhe com sua rede de amigos e não perca os próximos textos da série #TOP5 – Assuntos mais abordados da geografia no ENEM. Forte abraço!! Prof. Léo!