Mundo Geográfico

6 min para leitura

“Cem dias entre o céu e o mar” – Dica de leitura do Léo

Léo Miranda

9 de janeiro de 2015

Fala, galera! Saudações geográficas!

 

Sem títuloPara começar bem o ano de 2015 escolhi escrever um pouco sobre um dos melhores livros que li nos últimos tempos: “Cem dias entre o céu e o mar”, de Amyr Klink. Comecei a ler esse livro despretensiosamente, mesmo já conhecendo um pouco a trajetória de vida de Klink. Para   aqueles que não o conhecem:

Nasce Amyr Khan Klink, em 25 de setembro de 1955, na cidade de São Paulo. É o primogênito dos quatro filhos de Jamil Klink e Asa Frieberg Klink. Aos dez anos de idade, em Paraty, compra sua primeira canoa, Max – foi o início de uma coleção que ultrapassaria 30 embarcações.

Em 1978, com 23 anos, faz sua primeira viagem internacional, de moto, até o Chile. Cinco anos depois, em 1983, termina a construção do seu primeiro barco: o I.A.T., com o qual, no ano seguinte, faria a primeira travessia solitária a remo do Atlântico Sul. A jornada de 3.700 milhas e 100 dias pelo Atlântico termina no dia 18 de setembro de 1984, na Bahia, e é retratada no best seller Cem Dias entre o Céu e o Mar.Livro

Em 1986 realiza a primeira de suas 15 viagens à Antártica. Na volta, começa a construção do Paratii. Com esse barco, em 1989, estreia como velejador em uma viagem em solitário que duraria 642 dias, passando sete meses e meio imóvel em uma invernagem antártica. Navega, ao todo, por 27 mil milhas – viagem descrita em Paratii, Entre Dois Pólos. […] ”

Disponível em: http://www.amyrklink.com.br/pt/biografia/

Cem dia entre o céu e o mar descreve a incrível travessia do oceano Atlântico a bordo de um canoa a remo, partindo da costa oeste africana da Namíbia, em um pequena cidade chamada Luderitz em direção a Salvador, na costa leste brasileira. A narrativa em primeira pessoa é fascinante, pois Amyr relata dia após dias os seus dilemas sozinho em pleno oceano.

Mapa

Do ponto de vista geográfico chama a atenção a descrição das correntes marítimas, de como elas foram usadas como instrumento de navegação, como também as técnicas de orientação, uma verdadeira aula de Astronomia e Cartografia.

barco

 

A leitura é cheia de adrenalina, como na descrição das ondas gigantes e principalmente da fauna encontrada no meio do caminho. Uma das situações que mais me chamaram a atenção foram os ataques de tubarões ao casco do barco, e o encontro com as baleias, sensacional! A sensibilidade do livro impressiona e vai além da mera descrição de  paisagens,  permite captar as reflexões  profundas sobre a vida, sobre a solitude, sobre o mundo. Abaixo trechos extraídos do livro:

 

“… para se chegar, onde quer que seja, aprendi que não é preciso dominar a força, mas a razão. É preciso, antes de mais nada, querer.”

 

“… não passei naqueles sete dias por um momento seque de monotonia, tristeza ou desespero. Pois nada é mais certo do que a chegada do bom tempo após um tempestade que parece interminável.”

 

“Ao se caminhar para um objetivo, sobretudo um grande e distante objetivo, as menores coisas se tornam fundamentais. Uma hora perdida é uma hora perdida, e quando não se tem um rumo definido é muito fácil perder horas, dias ou anos, sem se dar conta disso.”

 

Fica a dica de uma ótima e inspiradora leitura para começar 2015!

 

Forte abraço,

Léo!

 

http://sportv.globo.com/videos/sportv-news/t/ultimos/v/apos-30-anos-da-travessia-pelo-atlantico-amyr-klink-se-emociona-ao-relembrar-facanha/3617463/