Novas tecnologias possibilitam novos potenciais usos da biodiversidade. Aplicações tecnológicas podem ajudar proteção da floresta, e vice-versa.
O trabalho é liderado pelo pesquisador brasileiro Carlos Nobre, climatologista formado pelo MIT. Os autores defendem que floresta amazônica tem recursos biológicos para impulsionar a nova revolução industrial se a sua biodiversidade for protegida.
Novas tecnologias digitais como impressão 3D e computação quântica criam o potencial para que as plantas únicas da Amazônia conduzam a avanços importantes na medicina e na engenharia, diz o estudo, segundo a agência Reuters.
“Promovendo os vastos bens da biodiversidade e da biomimética da Amazônia podemos aspirar desenvolver inovações revolucionárias em campos diversos”, afirmou Juan Carlos Castilla-Rubio, um dos autores do estudo e presidente da Space Time Ventures, uma empresa de tecnologia brasileira.
“Por exemplo, uma duradora espuma produzida por uma espécie de sapo tem inspirado a criação de novas tecnologias para capturar dióxido de carbono da atmosfera.”
Plantas amazônicas também poderiam levar a descobertas em relação a antissépticos, cremes contra rugas, remédios ginecológicos e drogas anti-inflamatórias, se elas forem combinadas com novas tecnologias, afirmou o estudo publicado
O desmatamento e as mudanças climáticas estão ameaçando tornar a maior floresta tropical do mundo numa savana seca, destruindo o potencial biológico, declarou o estudo.
Se mais de 40% da floresta for arrancada, o processo resultante de savanização poderia se tornar irreversível, segundo o estudo. Atualmente cerca de 20 por cento da floresta da bacia amazônica foi derrubada.
“Se as coisas continuarem como estão, a Amazônia vai se transformar em savana. Isso tem enormes consequências”, afirmou Castilla-Rubio.
O Brasil reduziu o índice de desmatamento ilegal em quase 80% na última década, de acordo com o estudo, o que mostra que ainda há tempo de impedir que a floresta se torne uma savana.
A proteção dos direitos indígenas à terra, o combate às mudanças climáticas e a concessão dos incentivos corretos para que empresas deixem de extrair os recursos naturais são cruciais para reduzir ainda mais o desmatamento, disse Castilla-Rubio.
Fonte: G1 Notícia