Atualidades, Geografia Humana

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Energia: a questão do século XXI

Léo Miranda

2 de abril de 2014

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Em um primeiro olhar, a imagem acima parece não nos dizer muita coisa. Observamos pontos luminosos, a maior parte deles concentrado na América do Norte e no continente Europeu.  Aprofundando a nossa análise, também observamos que boa parte do  Hemisfério Sul da Terra está literalmente no escuro, e que no Brasil,  apenas o litoral apresenta uma razoável concentração de pontos luminosos.

Contudo, essa imagem de satélite noturna do mundo nos revela  muito mais do que pensamos. Por que  as “luzes” se concentram no Hemisfério Norte? Por que boa parte do continente africano  e do subcontinente sul-americano não são iluminados?  A resposta está associada as diferenças no nível de desenvolvimento econômico. No Hemisfério Norte estão concentradas as potências econômicas  mundiais, que também são as mais urbanizadas do mundo, o que explica a grande concentração de “luzes”. Na contramão do desenvolvimento econômico, estão os países subdesenvolvidos do Hemisfério Sul, em que a população urbana é bastante concentrada em algumas cidades, enquanto que no interior predominam pequenas aglomerações populacionais, a sua maioria concentradas no campo, onde a infra-estrutura de eletrificação é precária, ou mesmo inexistente.

Mas afinal, como é produzida a energia que abastece o planeta?

Alguns recursos naturais são empregados na obtenção de energia, que pode ser tanto térmica, ou seja, produção de calor, quanto energia elétrica, através, por exemplo, da transformação de energia mecânica em energia elétrica, como ocorre nas usinas hidrelétricas, em que o movimento da água faz mover turbinas, que por sua vez, produzem energia elétrica.

É importante  dizer que no caso de uma hidrelétrica, como também em outros casos, a energia não é produzida, mas sim transformada. Para se colocar um objeto ou instrumento em movimento é necessário a aplicação de uma força, neste caso dizemos, que é necessário a realização de trabalho.

A matriz energética está organizada em:

  •  Fontes de energia primárias (ou energéticos primários): petróleo, água, gás natural, carvão, urânio, madeira, cana-de-açúcar, vento, luz solar, lixo, resíduos agrícolas, entre outros.
  •  Energéticos secundários: são extraídos dos primários: eletricidade, gasolina, óleo diesel, etanol, gás liquefeito de petróleo, gás metano de lixo.

ou:

  • Fontes renováveis: é a soma dos recursos primários ou secundários de que podemos, em princípio, dispor sempre, como a água, o vento, a madeira, os combustíveis vegetais (como etanol, biodiesel, carvão vegetal), o gás produzido por biomassa e o lixo.
  • Fontes não renováveis: é a soma dos recursos que se esgotarão com o uso, como petróleo e seu gás, carvão mineral e gás natural de jazidas.

Não devemos confundir matriz energética (balanço geral do uso das fontes de energia) com matriz elétrica. Essa última refere-se às fontes primárias empregadas para gerar energia elétrica, aquela consumida pelas indústrias e pela população em suas residências.

MATRIZ ENERGÉTICA NO MUNDO E NO BRASIL

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Disponível em: http://almanaqueabril.com.br/gráficos

Notem que a matriz energética brasileira é bastante equilibrada em comparação a matriz energética mundial. Isso ocorre principalmente em virtude da ampla utilização da hidroeletricidade, uma fonte renovável de energia. Porém, a grande dependência brasileira dessa fonte primária de energia tem se mostrado um problema. Observe o gráfico abaixo, ele apresenta o porcentual da eletricidade produzida pelas hidrelétricas:

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Fonte: Aneel, 2008.

A analise do gráfico nos ajuda a compreender a situação de comprometimento da geração de eletricidade no contexto atual no Brasil. Será que vai faltar energia elétrica em nosso país?  Especialistas apontam que, caso as chuvas permaneçam escassas no curto prazo (até o final do mês de abril), vai sim faltar eletricidade, principalmente nas áreas mais populosas (maior consumo). Mas a culpa é apenas da falta de chuvas? Não! Na verdade um conjunto de fatores além da escassez de chuvas são responsáveis por essa situação, principalmente o baixo investimento do governo federal em novas modalidades de geração de eletricidade, como a fonte eólica, ou mesmo solar, que sozinhas não resolvem o problema da falta de eletricidade, mas amenizam a situação. Os investimentos não acompanharam o aumento da população, bem como o aumento do consumo de eletricidade no país nas grandes cidades e no setor industrial.

Vai faltar energia elétrica na Copa? rs

Abraço,

Léo!