Para estudo liderado por James Hansen, em 50 anos poderemos ver tempestades com potência nunca vista em 118.000 anos e elevação das águas em ″vários metros″.
Cientistas sugerem que o nível dos oceanos deve aumentar “vários metros nos próximos 50 anos”, o que colocaria cidades costeiras em perigo iminente de inundação. O estudo, publicado na última terça-feira na revista científica europeia Atmospheric, Chemistry and Physics, alega que os esforços para conter as emissões de gases de efeito estufa e limitar o aquecimento atmosférico a até 2º Celsius até 2100 não serão suficientes para evitar uma catástrofe.
De acordo com o líder da pesquisa, James Hansen, da Universidade de Columbia e ex-pesquisador da Nasa, sem uma redução dramática da emissão de gases de efeito estufa, a população mundial “chegará a um ponto sem retorno”. Hansen é um famoso pesquisador que, em 1980, foi um dos pioneiros a alertar o mundo sobre os perigos das mudanças climáticas.
A equipe de pesquisadores americanos utilizou modelagens de dados climáticos, informações sobre o histórico do clima ao redor do globo e observações modernas dos oceanos e mantos de gelo para compreender o derretimento das calotas na Groenlândia e na Antártica. Isso possibilitou que os especialistas projetassem um cenário futuro: alterações na circulação de águas frias e quentes no Atlântico permitiriam o aumento dos oceanos em décadas, e não em séculos, como previsto consensualmente pelos cientistas até agora. De acordo com o pesquisador, os estudos realizados anteriormente não utilizaram métodos que levassem em consideração a resposta dos oceanos à correlação entre o aumento da temperatura e do nível dos mares.
Hansen alerta ainda que, junto ao aumento dos oceanos, no futuro poderemos ver uma maior discrepância entre as temperaturas de trópicos e polos. Isso permitiria tempestades de potência nunca vista desde o último período interglacial, há 118.000 anos. Mesmo que a pesquisa não seja um consenso, ela reabre o debate sobre a inundação de cidades costeiras (assunto levantado há alguns anos) utilizando computadores mais tecnológicos e com modelos mais sensíveis do que no início dos anos 2000.
Fonte: Veja