Pesquisa mostra que quando atingem seu potencial máximo, as placas se movem tão rápido quanto as nossas unhas crescem
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Sydney, na Austrália, mostra que as placas tectônicas podem se mover 20 vezes mais rápido do que se acreditava até então.
Na pesquisa publicada no periódico Nature, os cientistas afirmam que, quando atingem seu potencial máximo, as placas podem se mover na mesma velocidade em que as unhas dos humanos crescem — o que é muito rápido.
A descoberta é interessante porque, até então, acreditava-se que a Pangeia tinha passado os milhões de anos que demorou para se dividir se movendo poucos milímetros. Mas, segundo a pesquisa da Universidade de Sydney, de quando em quando, o grande continente acelerava, se movendo bem mais rápido que antes. “É o equivalente a comparar um pedestre e uma BMW bem rápida”, explica o geofísico Dietmar Muller, que conduziu o estudo, em entrevista ao jornalThe New York Times.
Em parceria com o Centro Alemão de Pesquisas Geocientíficas, Muller e sua equipe investigaram o ciclo das placas tectônicas. Os cientistas analisaram dados sísmicos de regiões que pareceram ter sido esticadas no momento da separação dos continentes. Ao realizar uma série de simulações, eles chegaram à conclusão de que existiram duas fases na movimentação dos continentes. Primeiro, começaram a se distanciar conforme a superfície foi recebendo rachaduras. Milhões de anos depois, eles deram uma guinada para diferentes partes do globo, conforme novos oceanos se formaram entre eles.
Um exemplo: imagine que você está mexendo com uma massa. Em um primeiro momento, quebrá-la exige um pouco de esforço, porque ela resiste ao movimento. Mas uma vez que você consegue separá-la, o movimento ocorre rapidamente. A mesma lógica pode ser aplicada ao que aconteceu com a Pangeia.
Publicado em Revista Galileu