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Redes sociais e as causas humanitárias

Léo Miranda

17 de maio de 2015


redes sociais

Por Daniela Matos Rezende, colaboradora do Mundo Geográfico.

No dia 25 de abril de 2015, um terremoto de magnitude 7,8 atingiu o Nepal, um país situado no sul da Ásia e até então pouco conhecido mundialmente. As consequências do desastre foram devastadoras e ao contrário do que se pensa, resultaram não só de causas naturais, mas também econômicas e sociais.

Localizado entre a China e a Índia, o Nepal é um país que possui duas realidades: de um lado, paisagens geográficas e templos importantes (considerados patrimônios da humanidade) que são responsáveis por atrair grande número de turistas. De outro, altos índices de pobreza e más condições econômicas e sociais que refletem diretamente no retrato de sua população.

Dados geográficos:

O Nepal é um país de baixo IDH (0,474), o que é justificável pelas altas taxas de analfabetismo, que chegam hoje a 80% e são responsáveis pela predominância de uma economia de setor primário.

O desastre:

O terremoto ocorrido na manhã do dia 25 de abril foi a causa da morte de mais de 7 mil pessoas, segundo dados atualizados do Governo do Nepal. Ele seguiu acompanhado de vários tremores que foram os responsáveis por destruir moradias e grandes construções localizadas em Katmandu, sua capital. Diferentemente do Japão (que possui tecnologia aplicada nos edifícios para que estes suportem passar por terremotos), o país não possui recursos nem estrutura específica para evitar os danos causados pelos tremores. De acordo com a ONU, em torno de 14 mil pessoas foram afetadas em vários distritos. O número de mortos e o cenário deixado pelo tremor impulsionaram a ajuda de diversas nações, visto que o país não possui recursos para financiar os estragos e as pessoas se encontram em locais de difícil acesso, o que impede a chegada de alimentos.

Esse cenário de total destruição despertou diversas formas de ajuda humanitária. Países como Índia, China e Paquistão enviaram equipes para auxiliar a busca de sobreviventes e para atender os feridos. O Japão enviou um grupo de especialistas em desastres e os Estados Unidos ofereceram auxílio financeiro. No entanto, uma forma de ajuda que se destacou foi o engajamento da causa nas redes sociais. Com o intuito de auxiliar as famílias a encontrarem parentes e amigos sobreviventes, o Google e o Facebook criaram ferramentas que possibilitam o registro e a busca de pessoas. Esses “buscadores” são o “Person Finder” e o “Safety Check” (conhecido no Brasil como verificação de segurança). No primeiro, as pessoas cadastram as informações de quem conhecem e seus familiares podem procurar notícias digitando o nome da pessoa em questão. Já o segundo, permite uma comunicação direta e rápida. A pessoa (que é usuária da rede social e está localizada em alguma das áreas afetadas) recebe uma notificação que pergunta se ela está em segurança. Assim, todos os seus amigos recebem como resposta outra notificação.

Mas Mark Zuckerberg foi além. Ele lançou nos perfis de todos os usuários apelos para adquirir doações para o Nepal. Essa pequena iniciativa permitiu a arrecadação de mais de 10 milhões em menos de dois dias. Isso prova que as redes sociais, além de estabelecerem relações, podem até mesmo salvar a vida de milhares de pessoas. Além do Facebook, a Cruz Vermelha e outras organizações também estão recebendo contribuições para a causa. Estas podem ser efetuadas por pessoas de qualquer lugar do mundo por meio de cartão de crédito.

 

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Ações como essas promovem uma reflexão que nos leva a pensar sobre a sensação de distanciamento que é comum a todos que residem longe dos locais de conflito ao redor do Globo. Os noticiários deixam passar despercebidas as reais dimensões dos problemas para aqueles que residem tão longe deles. Será mesmo que não podemos fazer nada para mudar ou até mesmo ajudar as pessoas que vivem estas realidades? Mark provou que a tecnologia e o fato de estarmos todos conectados pode ser uma das chaves para criar ações em prol de causas humanitárias.