O vulcão mais ativo da Europa, o italiano Etna, está deslizando para o mar. Um novo estudo revela um movimento médio de 14 milímetros por ano.
Sem percebermos e muito lentamente, o vulcão mais ativo da Europa escorrega em direção ao mar. Embora seja uma situação que requer atenção, não é motivo para alarde.
A conclusão surge em um estudo recente, publicado na edição de abril do Bulletin of Volcanology. De acordo com a pesquisa, o Etna desliza em direção ao Mediterrâneo a um ritmo de, em média, 14 milímetros por ano.
A equipe, liderada por cientistas britânicos, afirma que o deslocamento poderia gerar perigos em toda a estrutura do vulcão no futuro. “Diria que não há atualmente motivo para alarde, mas é algo que temos de estar atentos, especialmente para ver se há alguma aceleração no movimento”, explica John Murray, líder da equipe, à BBC.
É através de uma rede de estações GPS de alta precisão, erguida na montanha, que Murray consegue controlar o comportamento do vulcão, já que são esses aparelhos que permitem registrar mudanças milimétricas na forma do cone vulcânico.
Os pesquisadores recolheram os dados entre 2001 e 2012, e perceberam que a montanha se desloca a caminho da cidade costeira de Giarre, a cerca de 15 quilômetros do Etna, na Sicília. Esse ritmo se traduz em 1,4 metro a cada cem anos, ou seja, só daqui a mais de 1,5 milhões de anos os habitantes de Giarre poderiam ver o Etna.
Os registros geológicos mostram que esses vulcões deslizantes têm tendência a colapsos por seções, havendo o risco de, em uma erupção, haver um colapso de uma parte do cone, causado deslizamentos de terra. No entanto, essas situações são raras e podem levar séculos para atingir um estado crítico.
A preocupação dos cientistas centra-se na atividade eruptiva. Agora, os pesquisadores têm que analisar as deformações que os movimentos de magma causam na montanha, já que uma erupção pode acontecer quando o magma sobe e a deforma.