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As fontes de energia

Léo Miranda

14 de outubro de 2014

Fala, galera!

Continuando o “Top 5 do Enem”, eis o 4o lugar, as fontes de energia!

Top 4

O crescimento da população, associado ao crescimento do consumo de energia (relembrando que, não é uniforme no mundo), tem levado ao aumento do consumo de energia. Destaco que quando falamos de energia, nos referimos a tudo que produz ou pode produzir ação ou “trabalho”, e que a energia não se cria, nem se destrói, apenas se transforma.

Outro ponto importante diz respeito aos tipos de energia, que são agrupados na “matriz energética”.
Ela está relacionada à soma das diferentes origens da energia, e é agrupada em renovável (reservas não esgotáveis com o uso), e não renovável (reservas esgotáveis com o uso). Fique ligado para não confundi-la com a “matriz elétrica”, que faz referência exclusivamente às fontes de energias empregadas na geração de eletricidade.

O Brasil tem a matriz energética mais equilibrada do mundo (relação renováveis e não renováveis), principalmente em virtude da grande disponibilidade de água doce, terras abundantes e baratas para o plantio (fontes vegetais), o que confere às fontes renováveis uma grande participação na matriz energética nacional.

Fonte: Almanaque Abril 2014.
Fonte: Almanaque Abril 2014.

No entanto, apesar do equilíbrio, há uma grande dependência brasileira em relação ao uso da energia hidráulica, ou hidrelétrica. Apesar de ser uma fonte contínua de água, as hidrelétricas são dependentes do regime de chuvas, o que em um país em que os climas são predominantemente tropicais é um problema. Nesse tipo de clima a alternância entre períodos de estiagem (seca), e períodos chuvosos varia de acordo com a posição geográfica, ou seja, há regiões que o período chuvoso é mais longo, em quanto em outras regiões a estação seca é mais prolongada, o que impacta diretamente no nível dos reservatórios, e consequentemente na obtenção da eletricidade.

Outro ponto polêmico quanto a construção de hidrelétricas diz respeito aos impactos ambientais e sociais gerados. Em geral, as usinas hidrelétricas seguem o padrão de grandes reservatórios, implantados por meio da inundação de vastas áreas. Além do comprometimento da biodiversidade, os reservatórios acabam por promover a decomposição de restos vegetais, o que promove a produção de gás metano (CH4), gás que agrava o aquecimento global e que chega até atmosfera quando a água passa pela barragem.

Já o impacto ambiental está relacionado a remoção da população próxima aos rios que serão represados.

Recentemente a construção da Usina de Belo Monte (Pará), no rio Xingu, chamou a atenção do país para o impacto desse tipo de empreendimento na Amazônia. Vários povos indígenas serão afetados diretamente e indiretamente pela construção do reservatório de Belo Monte. A situação ganha contornos de drama, principalmente quando pensamos que o “maior potencial hidráulico não instalado” se encontra nos rios da Bacia Amazônica (lembrando que o rio Amazonas NÃO está incluído no caso desse aproveitamento).

 Então, o que justifica os investimentos brasileiros nesse tipo de fonte energética?  A enorme quantidade de eletricidade obtida, e principalmente o baixo custo dessa eletricidade (apesar das instalações serem caras!). A vantagem do preço mais conta da eletricidade, associado à razoável disponibilidade de rios de planalto (com corredeiras), colocam a energia hidráulica na frente das demais.

Eólica e solar?

Fonte: Nathional Geographic
Fonte: Nathional Geographic

Essas duas formas de obter eletricidade ainda são pouco aproveitadas no Brasil em virtude do alto custo dos equipamentos, e o elevado preço da eletricidade gerada, já que não que não produzem tanta eletricidade em comparação às hidrelétricas. No Brasil, o maior potencial para obter energia elétrica através dos ventos é encontrado no litoral brasileiro, mas principalmente nos estados litorâneos da região Nordeste.

Por ser cortada pela Linha do Equador, essa região recebe grande quantidade de ventos que sopram dos Trópicos (Câncer ao norte, e Capricórnio ao Sul), os chamados ventos “Alísios”. Porém, o transporte dessa eletricidade também torna-se um problema, pois as linhas de transmissão (cabos que transmitem a eletricidade), são caros e implicam em perda da eletricidade transmitida a medida que a distância aumenta.

Em relação a energia solar, as placas fotovoltaicas (que convertem a luz em eletricidade), ainda são pouco utilizadas no Brasil, pois são caras e exigem adaptações das residências para tal. Por outro lado, tem se disseminado o uso das placas coletoras, que diferentemente das fotovoltaicas, não produzem eletricidade, mas sim calor, que no Brasil  é utilizada para aquecer água de chuveiros, pias etc. No entanto, o uso em escala comercial da energia solar ainda é um entrave ao seu desenvolvimento em nosso país. As usinas termosolares (que convertem o calor gerado pelo sol em eletricidade) são caras, e só existem hoje em países desenvolvidos.

Se futuramente os custos dos equipamentos for reduzido (por meio de desonerações de impostos, principalmente), a energia solar poderá ser utilizada para levar eletricidade às regiões de difícil acesso, pois não depende da instalação de redes de transmissão.

Fonte: Nathional Geographic.
Fonte: Nathional Geographic.

Biomassa?

Fonte: Nathional Geographic.
Fonte: Nathional Geographic.

A década de 2000 marcou no Brasil o desenvolvimento da biomassa, que de forma genérica, pode ser definida como fontes combustíveis de origem orgânica, como a madeira, os óleos vegetais, etc.

A grande vantagem da biomassa diz respeito ao baixo custo de obtenção. Outro fator que conta a favor dessa fonte energética é possibilidade retirada do CO2 gerado pela queima de seus derivados por meio da fotossíntese. Ao mesmo tempo, as emissões de gases estufa são baixas em comparação aos combustíveis fósseis.

No Brasil,  podemos destacar três principais combustíveis gerados através da biomassa, o etanol, o biodiesel e o carvão vegetal. O primeiro é obtido através do cultivo da cana de açúcar, principalmente no litoral nordestino e no oeste de São Paulo. O grande dilema do etanol no Brasil tem sido a produção abaixo da demanda, o que eleva os custos de combustível em relação à gasolina, desestimulando o consumo, e convertendo os plantios para produção de açúcar.

Já o biodiesel, consiste em uma mistura de óleo obtido das plantas oleaginosas (soja, mamona, pinhão-manso, babaçu etc…), com o óleo de origem mineral, obtido através do petróleo. A principal fonte de obtenção desse combustível é a soja, no entanto, a oferta nacional desse combustível também é baixa, uma vez que a matéria-prima também pode ser utilizada para outras finalidades.

O carvão vegetal, empregado principalmente em siderúrgicas (produtoras de aço), e termoelétricas (calor convertido em eletricidade), é obtido principalmente por meio do plantio de eucalipto, planta exótica (oriunda da Austrália), trazida ao Brasil nos anos 1960 do século XX. A grande vantagem do eucalipto é o baixo custo da muda, e o rápido crescimento. Porém, essa é uma planta agressiva ao meio ambiente, já que consome muito água, e promove alterações ecossistemas onde é instalada.

 No mais é isso galera, volto em breve com a segunda parte de fontes de energia, com destaque para os combustíveis fósseis!!

Forte abraço,

Léo!